29 de maio de 2012

Deus, segundo Spinoza

«Para de ficar rezando e batendo no peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.

Para de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. A minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso o meu amor por ti.

Para de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que a tua sexualidade fosse algo mau. O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar o teu amor, o teu êxtase, a tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.

Para de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver Comigo. Se não podes ler-me num amanhecer, numa paisagem, no olhar dos teus amigos, nos olhos dos teus filhos... não me encontrarás em nenhum livro!
Confia em mim e deixa de pedir. Tu vais-me dizer como fazer meu trabalho?

Para de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.

Para de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu enchi-te de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso culpar-te se respondes a algo que eu coloquei em ti? Como posso castigar-te por seres como és, se fui Eu quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar todos os meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da Eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?

Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti.

Respeita o teu próximo e não lhe faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção à tua vida, que o teu estado de alerta seja o teu guia.

Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é a única que há aqui e agora, e a única de que precisas.

Eu fiz-te absolutamente livre. Não há prémios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um cartaz. Ninguém leva um registo. Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.

Não te posso dizer se há algo depois desta vida, mas posso dar-te um conselho: vive como se não houvesse. Como se esta fosse a tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não houver nada, terás aproveitado a oportunidade que te dei. E se houver, podes ter a certeza que Eu não te vou perguntar se foste bem comportado ou não. Eu vou-te perguntar se tu gostaste, se te divertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste?

Para de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas a tua amada, quando agasalhas os teus filhos, quando acaricias o teu cachorro, quando tomas banho no mar.

Para de me louvar! Que tipo de Deus ególatra acreditas que Eu seja? Aborrece-me que me louvem. Cansa-me que me agradeçam. Sentes-te grato? Demonstra-o cuidando de ti, da tua saúde, das tuas relações, do mundo. Sentes-te olhado, surpreendido?... Exprime a tua alegria! Esse é o modo de me louvar.

Para de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para quê tantas explicações?

Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro... aí é que estou, tocando em ti.»



Fonte: Enviado pela amiga Silvia Regina

Nenhum comentário:

Postar um comentário